Circula nas redes sociais um vídeo em que moradores dos Flexais, em Maceió, uma das áreas afetadas pelo afundamento do solo, denunciam que a Braskem estaria forçando as famílias que moram às margens da Lagoa Mundaú a deixarem suas casas para alojá-las em contêineres. Ao EXTRA, a empresa negou a acusação.

O vídeo mostra contêineres no local e moradores revoltados. Segundo eles, há pessoas que moram às margens da Lagoa Mundaú há mais de 20 anos e muitas são criadores de animais e carroceiros. Os moradores dizem que a medida de realocação forçada faz parte de "um projeto de 'requalificação' dos Flexais, que já foi amplamente rejeitado por toda a comunidade".

"O mais absurdo e cruel é a proposta de alojar esses moradores em contêineres, uma solução que ignora totalmente a dignidade humana e o direito à moradia adequada. Essa atitude revela a falta de sensibilidade e de diálogo por parte das autoridades e da empresa, que deveriam colocar as vidas e a história dessas famílias em primeiro lugar".

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Jornal Extra Alagoas (@extraalagoas)

Por meio de nota, a Braskem informou que a afirmação sobre instalação de contênieres nos Flexais, para "alojar moradores" é inverídica. Segundo a empresa, a estrutura tem o objetivo de armazenar materiais de pesca, temporariamente, até a conclusão das obras de construção do píer e do Centro de Apoio aos Pescadores da região.

"Para a instalação dos contêineres, é necessária a retirada de algumas baias. Todo o trabalho será conduzido pelo Município de Maceió, titular das obras previstas no acordo celebrado com as autoridades e a Braskem, com o objetivo de promover a integração urbana e o desenvolvimento dos Flexais", continua a nota.

A Prefeitura de Maceió reiterou que a afirmação não é verdadeira e disse que não moram pessoas no local. Segundo o Município, a açã de usar os contêineres para guardar os materiais de trabalho dos pescadores da região foi previamente alinhada com os moradores.

"As obras, que serão iniciadas, fazem parte do Projeto de Integração Urbana e Desenvolvimento dos Flexais, criado a partir do Termo de Acordo assinado pelo Município de Maceió, Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado de Alagoas, Defensoria Pública da União e Braskem, que prevê a implementação de medidas socioeconômicas na região", conclui.